
CANÇÃO DO ESTUPRO
A mão nutre uma paixão intensa pela Rosa. Mas face aos sentimentos de inadequação, medo da rejeição e senso de fragilidade interna, é incapaz de qualquer abordagem real ao objeto de seu desejo. A relação com a Rosa restringe-se assim ao terreno da paixão platónico e às fantasias de validação pessoal através de um ato sexual forçado, ao mesmo tempo que alimenta ressentimentos e desejo de vingança face a indiferença da Rosa, que interpreta como deliberada e explícita ofensa. A Rosa nutre uma paixão intensa pela Cadeira. Ante a indiferença desta ao qual deseja entregar a alma e a paixão intensa que desperta aos olhos de quem só lhe conhece o corpo-objeto, reivindica sua despojada condição de pessoa. A tensão dramática opera-se no jogo de forças entre quem anseia arrebatar o corpo-objeto e quem reage em proteção.


Ficha Artística e Técnica
Texto, Encenação, Música original e Espaço Cénico
Caplan Neves
Interpretação
Hugo Paz e Débora Melício
Produção Executiva
Mara Costa
Figurinos
Karine Rocha / Criações Pupurina
Desenho de Luz
Péricles Silva
Apoio à produção
Projeto Tri*Pé
Sapot Dividid
Mindelo - Cabo Verde
Coletivo teatral sediado na cidade do Mindelo que conta com a direção artística de Caplan Neves, provavelmente um dos mais versáteis artistas cabo-verdianos da sua geração e que se tem afirmado como um dramaturgo contemporâneo fundamental do teatro crioulo, com obras como "Teorema do Silêncio", "O Cheiro dos Velhos" ou "A Linguagem das Pedras".
